sexta-feira, 28 de julho de 2017

Demónios - parte 1

Não sei se o que ando a ler me anda a fazer mal, se é do excesso de tempo livre, se é tempo de quebrar. Afinal de contas, devia ser feliz, o meu ano lectivo, profissionalmente foi muito bom, mas sei que não estou feliz. E mesmo quando as coisas eram mais duras, consegui a espaços ser mais feliz.

Dos demónios, o pior que existe é saudade...

A "minha" N. diz para mim: "Diz-lhe. E não digas que não dizes por amor próprio (...)"
Digo, ou tento que seja por esse motivo.

Mesmo assim, por vezes, em delírio penso: se tudo desse uma reviravolta e nós nos acertássemos de novo - e depois?

Ia voltar a ser igual? A passar as noites (algumas vezes já a custo) em video-chamadas com ela, separados por mais de 300km e a sentir saudades nos dias em que não o conseguíssemos fazer? A gastar balúrdios para ir ter com ela duas vezes por mês ao Porto, sem (nunca) ter retribuição da presença dela no percurso inverso? A manter a nossa relação escondida da família por motivos que já nem eu entendia? A ter de ficar em Hotéis e Motéis como dois criminosos, cujo único crime foi gostarem demais um do outro? ...já não somos garotos e já não o éramos há um ano atrás.

A nossa relação não evoluiu e o ressentimento foi o filho que gerámos do muito que fodemos juntos. Sobretudo, fodemos o que tínhamos e que não foi o suficiente para ficar. 

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